Flávio Sousa Nascimento, ao lado da esposa Ana Lúcia, conta a angústia, até o diagnóstico, para conseguir atendimento - (crédito: Fotos: Kayo Magalhães/CB/D.A Press)
Casos
Em 2023 foram notificados 52.864 casos suspeitos de dengue, no Distrito Federal, dos quais 40.934 eram prováveis, segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde (SES-DF). Os dados, captados entre 1º de janeiro e 30 de dezembro, apontam que a doença apresenta um comportamento sazonal, ocorrendo, principalmente, entre os meses de outubro a maio. Prova disso é que, na última semana do ano foram registrados cerca de 1.500 casos prováveis a mais do que em junho.
Tratamento
O ovo do mosquito pode ficar até 400 dias no seco e, ao primeiro contato com água, pode eclodir, de forma que, em até sete dias, já se tem o mosquito adulto. "É importante o apoio da população para vistoriar, ao menos uma vez por semana, o seu quintal e retirar tudo aquilo que possa acumular água: potes, vasos de planta e brinquedos das crianças. Até mesmo uma tampinha de garrafa pode ser um local para criadouro do mosquito. Dentro de casa olhe também as pingadeiras do bebedouro e o degelo atrás da geladeira", recomendou a SES.
Vale lembrar que não existe um tratamento específico para a dengue. São apenas prescritas medicações sintomáticas para dor e para febre, além de muita hidratação, visto que, na forma grave da doença, a principal complicação é a perda de líquido. Dipirona e paracetamol são os únicos medicamentos indicados para aliviar os sintomas; os demais podem aumentar o risco de hemorragia, uma vez que contribuem para a queda no número de plaquetas, já reduzidas durante a doença. Nas formas graves, o principal manejo é a hidratação venosa com soro no hospital.
Enfrentamento
Neste contexto, a SES elaborou o Plano para Enfrentamento da Dengue e outras arboviroses para os anos de 2024 a 2027, cuja estratégia central baseia-se na leitura rápida do cenário local com tempo resposta adequado e rápido. Objetiva-se, também, maximizar a capacidade de resposta integrada dos serviços de Assistência e de Vigilância do Distrito Federal, a fim de reduzir a incidência e os óbitos por dengue e por outras arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti.
Em nota, a secretaria informou que a Vigilância Ambiental do DF conta com cerca de 800 profissionais que se dividem nas atividades. São 15 Núcleos de Vigilância Ambiental que atendem as Regiões Administrativas. Os profissionais são divididos em duplas para seguirem o itinerário das inspeções domiciliares por RA. São visitados todos os tipos de imóveis, incluindo os pontos estratégicos, que são os terrenos abandonados, borracharias, ferro velho, floriculturas, entre outros. As visitas ocorrem todos os dias úteis.
O uso de armadilhas, como as ovitrampas, e a aplicação do inseticida pelo UBV pesado, chamado popularmente de fumacê, são mais estratégias utilizadas pela pasta. O objetivo do fumacê é matar o mosquito já na sua fase adulta, por isso, a aplicação ocorre nos locais em que há maior incidência de casos e em que há comprovação pelas equipes da vigilância ambiental de aumento de mosquitos na fase adulta. Para a fase larvária, por exemplo, é aplicada a pastilha de larvicida.
A Subsecretaria de Vigilância à Saúde reforça que o trabalho de prevenção e combate ao Aedes aegypti necessita da participação popular. Todos os dias os agentes de vigilância ambiental estão nas ruas realizando as inspeções nos imóveis do DF, mas é necessário que a população colabore e atenda as orientações que são repassadas pelos profissionais.
Prevenção
A principal forma de se proteger do mosquito é evitar o acúmulo de água parada no entorno do domicílio. Pratos de plantas, pneus e até poças d’água que possam perdurar por mais tempo são focos de deposição de ovos e proliferação do mosquito, que podem levar à transmissão da dengue;
A utilização de repelentes nas áreas expostas do corpo — devendo ser reaplicado a cada 10 horas — mosquiteiros e janelas teladas também são opções de prevenção;
Há, ainda, a vacina, que pode ser aplicada em pessoas de 40 a 60 anos de idade.
Sintomas
Febre
Dores no corpo, nas articulações; na cabeça e atrás dos olhos;
Náuseas;
Vômitos;
Falta de apetite;
Manchas avermelhadas pelo corpo.
Atendimento
É necessário procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência para realizar o diagnóstico. É possível encontrar a UBS mais próxima por meio do site InfoSaúde, adicionando o Código de Endereçamento Postal (CEP);
Para casos graves, recomenda-se buscar atendimento em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Hospitais Regionais.
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/
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